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Foto: Bernardo Mendonça |
Um dos grandes ídolos da Jovem Guarda, o cantor Jerry Adriani
morreu neste domingo, aos 70 anos. Diagnosticado com câncer, o músico estava
internado no Hospital Vitória, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. O
corpo do cantor será velado nesta segunda-feira, no Cemitério do Caju, no
Centro do Rio. Ainda não há informações sobre o horário do velório e do
enterro.
Pouco
depois do falecimento, a família do cantor publicou uma mensagem na página
oficial do músico numa rede social: "A família de Jerry Adriani tem o
doloroso dever de comunicar aos seus amigos o seu falecimento. Agradecemos a
todos pelo enorme carinho".
O
cantor foi diagnosticado com câncer depois de ser internado, em março, devido a
uma trombose venosa profunda na perna. No hospital, Jerry foi submetido a uma
série de exames que revelaram a doença.
Nascido
em 29 do janeiro de 1947, em São Paulo, Jair Alves de Souza tornou-se conhecido
pelo nome de Jerry Adriani em 1964, quando lançou o LP
"Italianíssimo" — descendente de italianos, ele aprendeu a cantar em
italiano com a avó. No mesmo ano, lançou o álbum "Credi a me". Mas
foi em 1965 que o músico fez sucesso com "Um grande amor", seu
primeiro disco gravado em português. Na mesma época, Adriani apresentou o
programa “Excelsior a go go” pela TV Excelsior de São Paulo em parceria com o
comunicador Luiz Aguiar.
Entre
1967 e 68, o músico apresentou "A grande parada", na TV Tupi, ao lado
de Neyde Aparecida, Zélia Hoffmann, Betty Faria e Marilia Pera. O programa
musical era exibido ao vivo e trazia grandes nomes da MPB. No cinema, o músico
fez três filmes como ator/cantor: “Essa gatinha a minha”, “Jerry, a grande parada”,
e “Jerry em busca do tesouro”.
Adriani
foi o responsável pela vinda de Raul Seixas para o Rio - eles haviam se tornado
amigos em Salvador. “Raulzito e os Panteras”, como eram conhecidos, formavam a
banda de apoio que tocou com Adriani durante 3 anos.
Na
primeira metade da década de 1970, Adriani gravou discos e fez shows em países
como Venezuela, Peru, Estados Unidos, México, e Canadá. Em 1985, lançou o álbum
“Tempos felizes”, no qual registrou antigos sucessos da Jovem Guarda, entre as
quais “Festa de arromba”, “O bom rapaz” e “Quero que vá tudo pro inferno”.
No
inicio da década de 1990, o músico gravou um álbum em homenagem a Elvis
Presley, "Elvis vive", o 24° disco de sua carreira. Em 1994, ele
participou da novela “74.5 — Uma onda no ar”, exibida pela extinta Manchete. Um
ano depois, participou da coleção "Os maiores sucessos dos 30 anos da
Jovem Guarda" como convidado especial, pela qual foram lançados 5 discos
comemorativos. Em 1996, gravou o CD “Io”, com clássicos da música italiana. O
artista lançou o disco "Forza sempre" em 1999, com músicas da Legião
Urbana gravadas em italiano. Ele considerava o trabalho, que vendeu 200 mil
cópias, um marco em sua carreira.
Em outubro de 2007, gravou seu primeiro DVD, “Jerry Adriani Acústico ao vivo”,
também lançado em CD, no Canecão. O trabalho trazia releituras de sucessos da
carreira do artista aolado de canções inéditas. Em 2011, lançou o CD “Pop,
Jerry & rock”, que homenageava Raul Seixas e Tim Maia na faixa “2012”.
Em
2012, apresentou o show “Jerry toca Raul & Elvis”, no Rio. Em 2014
completou 50 anos de carreira com um show com seus maiores sucessos.
Na
página do cantor no Facebook, fãs e amigos lamentam o ocorrido. "Senhor,
dai-nos força e alento. Dai a todos que o amamos, conforto neste momento. Paz
para sua alma Luz para a sua passagem . Nosso amor segue com ele. Deus esteja
ao teu lado, Jerry Adriani. Descanse em paz, na Sua Glória", escreveu uma.
Extra